Atrás, à frente ou dos lados: “Fui ver aquele, não gostei! Aquele gostei, o outro não.”
Para que comprar o jornal? Ler a critica? Não vamos para a fila.
Mas o pior de tudo é quando se põem a contar o filme: “Ai o Gladiador! Ai o Leonardo Di Caprio, ai ela, ai ele, ai o barco”
Dá vontade de dizer: “Ai a porra!”
Lembrou-me de ir ver o Titanic- sim estava acompanhado e ela pediu – e quando estamos ali, prestes a comprar bilhete para um filme de três horas quando alguém que já lá tinha gasto nove resolveu soltar o clássico: “Ai! É pena é ele morrer no fim.”
Vá lá! Já não é penoso o suficiente saber a história verdadeira? Há pior tortura do que nos contarem o fim de um filme?
Eu acho que para fazer assaltos à entrada do cinema nem era preciso arma.
“Passa para cá a carteira ou contou-te o final do filme!”
“Não! Não! Tome, leve tudo! Mas não me conte se o Titanic se afunda.”
Felizes são os ignorantes, como um conhecido meu que depois de ter ido ver o filme me disse: “He! Pá! Vai ver o Titanic, é a história de um barco que se afunda!”
Aliás o Titanic para mim é um daqueles filmes em que um indivíduo sente mesmo a acção, naquelas três horas era o barco afundar-se na água e nós na cadeira.
Como já viram para mim o barco tinha mesmo de afundar, porque ainda o filme não tinha começado e já estava a meter água.
Outra coisa que eu detesto nos filmes são as pipocas. Quem é que se lembrou das pipocas no cinema?
Nem percebo onde é que estava com a cabeça o indivíduo que achou que as pipocas no cinema é que é do caraças. Não dava para ser um alimento mais silencioso? Sei lá, um prato de moela. As moelas não fazem barulho. E o barulho da malta abrir os chocolates depois do intervalo! “Chelrrac! Cherlrrac!”
Um dia perguntei a uma pessoa que estava ao meu lado, para quê tanta coisa, pipocas, chocolates, águas. E ele: “É para me distrair!”
É para me distrair?! E o filme, é um complemento?
Sim porque ele foi certamente ali para comer! E por acaso estava a dar um filme.
Vejo estes indivíduos com chocolates, gelados, águas, colas e fico sempre com a sensação se não lhes deveriam dar um carrinho de supermercado. E os sacos de pipocas que são tão grandes que davam para fazer um T3.
Já tentaram ver um filme de terror com um devorador de pipocas ao vosso lado? Tan tan tan CRACK! Tan tan tan CRACK!
No fim do filme comentava alguém que se tinha sentado lá a frente: “O assassino devia ser surdo! Ouviste o barulho que ela fazia a descer as escadas?”
Mas o pior do cinema é quando o cinema começa e nós estamos superfelizes porque ninguém se sentou à nossa frente e de repente nos aparece uma cabeça tão grande que nós nem conseguimos saber se faltou a luz ou se pararam o filme. É chamado o eclipse no cinema. Eu acho que eles deviam fazer algum controlo na venda dos bilhetes. Do tipo mais baixo para a frente, mais alto para trás.
A pessoa ia comprar e perguntavam-lhe de pronto:
“Quanto mede?”
“Um metro e setenta”
“Um metro e setenta, Fila I. Próximo! Quanto mede?”
“Um metro e cinquenta”
“Última fila”
“Um metro e cinquenta e vou para a última fila?”
“Ó amigo, com uma cabeça desse tamanho quer estragar-me o negócio!?”
Em "Eu amo você"
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